INTOLERÂNCIA À LACTOSE
 










Aos sintomas decorrentes da presença de lactose mal digerida no intestino chama-se intolerância à lactose. Um em cada três portugueses é afetado por este tipo de problema, segundo a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

A lactose é um hidrato de carbono (açúcar), naturalmente presente no leite de todos os mamíferos, composto por dois monossacarídos, a glicose e a galactose. 

A intolerância à lactose ocorre quando o organismo não produz lactase suficiente, uma enzima que tem como função dividir a lactose nos seus componentes mais simples, permitindo a sua absorção para a corrente sanguínea. 

Os sintomas mais comuns da intolerância à lactose são: dor e desconforto abdominal, diarreia, náuseas, produção de gases e inchaço abdominal. Uma a três horas é o tempo que os sintomas demoram a manifestar-se após a ingestão de leite.

O diagnóstico da intolerância passa pela biopsia da mucosa intestinal, doseamento do açúcar no sangue ou teste respiratório de hidrogénio, sendo este último o mais utilizado.
Existem 2 tipos de intolerância à lactose: primária (de origem genética) e secundária (por lesão do intestino ou envelhecimento). 

Quando a intolerância tem origem genética, geralmente é crónica e vai-se agravando com a idade.

Pode ser temporária quando é causada por infeção ou lesão da mucosa intestinal. Se a causa é tratada, a atividade da lactase pode ser parcial ou totalmente recuperada.

A gastrenterite viral ou bacteriana pode destruir as células produtoras de lactase, causando uma intolerância temporária ao leite, que se deve evitar durante cerca de 1 mês.
Nos casos mais graves, são utilizados suplementos enzimáticos de lactase para fornecer ao organismo a lactase em falta.


Além do leite, a lactose pode estar presente noutros alimentos, como em bolos, chocolates, cereais ou gelados. 
Vegetais de folha verde escura (brócolos,couve, espinafres), oleaginosas (nozes, amêndoas),tofu, soja, grão e feijão são alguns dos alimentos ricos em cálcio e sem lactose que podem substituir o leite no caso de existir uma intolerância à lactose.


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Mariana Afra Pedro é Licenciada em Ciências da Nutrição pela Escola Superior e de Ciências da Saúde Egas Moniz e com Mestrado em Nutrição Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FM-UL) e Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL).

Atualmente dá consultas no SAMS - Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas.