A 43ª edição da Moda Lisboa arrancou na tarde de dia 10 de Outubro e terminou no dia 12. O evento contou com a presença dos já nossos conhecidos criadores nacionais e de outros criadores mais jovens, que compuseram a montra do “Sangue Novo”. Esta edição foi lançada sob o tema Legacy e fez desfilar as novas propostas para a Primavera/Verão de 2015.


Em materiais há um grande uso de gangas e poliésteres, usados em conjuntos fluídos e desportivos. Os pastéis surgem nas cores, mas também os azuis fortes, o branco e preto, os amarelos e os metalizados. Há jogos de transparências e, no geral, as peças começam a seguir uma tendência mais assimétrica, descontraída e urbana-chic.

Aqui ficam as imagens e um resumo das propostas de cada designer:











Olga Noronha
Olga Noronha criou joalharia que parte do conhecimento anatómico e medicinal, característico do seu percurso profissional, ligando-o à leveza e ao branco frio que é iluminado por LED’s, que criam cores, formas e um calor alusivo aos céus nocturnos das regiões polares.










Catarina Oliveira
Coleção masculina que se destaca por sweaters, parkas e capas combinadas com partes de baixo mais justas. A paleta de cores é clara e em tons de pastel, que se transforma à volta do tom laranja.










Banda
Os maxilares de tubarão servem de objecto iconográfico para uma alusão ao oceano, principal inspiração para a colecção. As cores e os tecidos aproximam-se de uma mimetização de elementos naturais, como tons beges e ocres e várias tonalidades de azul escuro.










Rua 148
As silhuetas são arrojadas e limadas: identidades próprias que aliam o mundo da arte ao da moda. Rua 148 inspira-se nas artes plásticas através da inspiração e exploração de um olhar crítico para o trabalho de diferentes artistas. O artista escolhido para esta colecção foi Luio Onassis.











Juliana Cunha
Silhuetas rectas e de simplicidade muito gráfica; o ideário desta coleção é técnico, preciso e simétrico, inspirado na obra de Karen Ryan. Os brancos usados conjugam-se com blocos de cor, estas muito gráficas: cinzas, verdes ácidos, vermelhos e azuis turquesa.











Nair Xavier
O foco no uso da cor continua a ser uma das partes mais características do trabalho de Nair Xavier. Nesta edição as silhuetas e cores são inspiradas em orquídeas e as composições não perdem uma exímia atenção ao detalhe e às texturas - outro elemento estrutural que vai definindo a sua identidade.
Criadas para o universo masculino, que é citadino, mas que deseja o conforto do sportswear aliado ao design clássico das peças mais nobres.










Cristina Real
De influências japonesas inspiradas na arquitectura da casa “Water/Glass” de Kengo Kuma, a coleção desdobra-se em linhas contemporâneas construída através de transparências e metalizados e vários tons de azul - relembrando os materiais contemporâneos usados na habitação.










Andrea Lazzari
O universo de Andrea Lazzari, criador italiano convidado este ano, estende-se por cortes e tecidos clássicos numa abordagem inovadora que reúne o casaco com o streetwear. A imagem é a de uma figura masculina cosmopolita, influenciada por um universo aquático, onde azuis índigos, ultramarinhos e verdes esmeraldas se mesclam entre si.










Joaquim Correia
Através da manipulação e oxidação dos materiais usados, a coleção é intitulada de "Epidemia" e explora os efeitos causados nas matérias-primas, através do tempo.
Os materiais são orgânicos: latex, pele, organzas e a madeira de pessegueiro que é trabalhada de forma escultural. As cores vão de encontro a esta organicismo com peças em tons terra metalizados.










Inês Duvale
Tendo a noção de Karma como linha de pensamento para a colecção, peças streetwear fluídas construídas sob um minimalismo com referência à forma do círculo - símbolo de “movimento, símbolo masculino e de potenciador da movimentação das forças” - forma que ‘protege’ a colecção. As cores seguem o conceito minimal: Pretos, brancos e vários níveis de azuis escuros são usados.











Alexandra Moura
Peças urbanas, jovens e descontraídas: a definição de avesso como inspiração constrói a colecção da Primavera/Verão de Alexandra Moura. A ganga é o material base do desfile, estando a sua presença em composições oversized informais com costuras assumidas. O uso do neoprene perfurado branco, outro material-chave na identidade desta colecção, cria o elemento de contraste e de inesperado, mas que é complementar.










Luís Carvalho
Em Luís Carvalho os brancos, verdes claros e azúis-água usam-se em viscoses, poliéster e algodão: usado simples e por vezes estampado com esboços de veados, surgindo uma alusão ao orgânico e natural. As peças são criadas a partir da inspiração no blazer como peça formal que é desconstruída em silhuetas leves, de cariz desportivo e informal.











Dino Alves
Silhuetas fluídas e assimétricas construídas sob sedas e gangas, esta é uma coleção com um sentido de humor característico: há dentadas recortadas nos vestidos, a par com o tema da colecção "Eat me, Taste me, Kiss me".

A simbologia do provar a peça aparece nos pormenores exagerados dos folhos irregulares e as badanas onduladas que parecem deslizar lentamente pelo corpo, encaixadas em várias zonas. A paleta de cores é em tons de tendência pastel: salmão, azuis, amarelo mostarda, beges, pistáchio, brancos e cinzas.










Ricardo Andrez
Esta é uma coleção com um toque de pop. As silhuetas desportivas e citadinas são já um estilo característico do criador, sendo as cores escolhidas para esta primavera mais claras, mas vibrantes: tons verde água, azul claro amarelo e branco. Nos materiais o impermeável tem grande destaque, jogando com efeitos de transparência onde efeitos de sobreposição são criados através de camadas translúcidas.










Ricardo Preto
Looks austeros e de influência militar alternam com tecidos mais leves e esvoaçantes, criando feminilidade na silhueta. As cores apresentam-se sóbrias e escuras em vários tons de bordeaux, caquis e azuis - tons que vão de encontro ao “Contemporary Warriors” escolhido como nome e ideário para esta colecção.










Lidija Kolovrat
Toda a coleção é inspirada no quadro “A grande onda de Kanagawa” do pintor japonês Katushika Hokusai. As silhuetas são fluídas, desprendidas e assimétricas lembrando o mar, mas com alguma tendência geométrica. A cor preta, o cinzento, o azul e o branco são as cores de toda a colecção: usadas em looks integrais, mesclados entre si ou em impressões em seda que dão um efeito tecnológico e digital às peças.










Filipe Faísca
“Call center” - nome da colecção de Filipe Faísca - relembra a estética dos filmes noir onde a imagem de femme fatale se associa à metáfora da independência feminina. As silhuetas são simples, clássicas e estruturadas com alguns momentos de maior fluidez. A paleta de cores é sóbria, sendo o preto, branco e creme as únicas cores usadas em algodão, sedas e licras.










Carlos Gil
Grande estreia desta edição da ModaLisboa, Carlos Gil constrói a coleção através da simplicidade do uso de polka dots e linhas. O clássico preto e branco alia-se ao tom amarelo e rosa claro e a silhueta surge ultra-feminina e elegante, complementada com acessórios desportivos do mundo do ténis - raquetes, fitas para o cabelo e luvas.










Pedro Pedro
A expressão feminina com influências do vestuário masculino é já o ADN de Pedro Pedro. Nesta edição o criador expõe alguns looks com calças, uma peça que raramente trabalha nas suas propostas. Predominam as malhas e sarjas de algodão e a paleta de cores mantém-se nos tons cinza, brancos, beges e azul navy. São também usadas as riscas, reforçando um lado náutico escolhido para esta colecção.










Michal Szulc
O criador polaco Michal Szulc foi o estilista convidado desta edição da ModaLisboa, onde foram apresentadas a propostas para a Primavera/Verão 2015.
As silhuetas são minimalistas e alternam entre peças curtas, justas e super-femininas com o oversize: crop tops contrastam com os blusões largos, e estruturados que se vestem por cima. As cores usadas são os brancos, laranjas e burgundy, tons toupeira, pretos e vários azuis.











Christophe Sauvat
As coleções de Christophe Sauvat nascem da inspiração de culturas de todo o mundo estampando-se em silhuetas femininas boho chic cheias de atitude. As cores são vibrantes, transportando-nos automaticamente para o tempo mais quente e o uso dos padrões bordados mostra um dedicado trabalho de minúcia.










CIA Marítima
As propostas da Cia marítima constroem-se através de influências étnicas e tropicais. As cores são vibrantes e os padrões estampados criam silhuetas de banho que surgem menos decotadas, uma tendência em voga nas linhas do beachwear: usam-se bodies, cai-cais de estrutura quadrada e os hot pants, peça popularizada nos anos 60 pela estilista Mary Quant.


















Miguel Vieira Woman & Miguel Vieira Man
Apresentou na sua coleção feminina silhuetas descontraídas, mas cheias de requinte e simplicidade, onde é criada uma união entre o minimalismo e as linhas desportivas. O uso do branco, o lilás e o preto ditaram toda a coleção: são cores usadas em transparências, lisas ou em alcochoados.

No homem é o fato, a sua assinatura pessoal, que forma a base. Inova no uso de tecidos com diferentes padrões, conferindo a esta peça um requinte que se pede menos tradicional e mais contemporâneo. São criados padrões etéreos, leves e informais onde ressaltam os brancos, crus, cinzentos e várias nuances de azuis.










Nuno Gama
O trabalho de Nuno Gama continua a ter a ênfase no corte e silhueta masculina. Para esta estação acrescenta-lhe alguns padrões florais e primaveris como papoilas e laranjeiras, nós naúticos e âncoras. Das várias tonalidades usadas, os laranjas, verdes e azuis ressaltam por serem inspirados na Arrábida: sítio onde passou a sua infância. A coleção parte das suas primeiras memórias e vai crescendo de forma mais descontraída, divertida e informal.










Say My Name
A Primavera/Verão da marca Saymyname manifesta-se em silhuetas de tendência geométrica e estática até às propostas mais fluidas de matizes coloridas e leves. O preto, cinzento e branco constroem a grande parte da coleção, havendo pormenores de cores, materiais e formas que se destacam: o uso de alças em vinil amarelo, os drapeados geométricos cruzados, ou os pequenos padrões em forma de escaravelho. É uma colecção jovem e citadina, discreta mas com um lado divertido.










Valentim Quaresma
Acessórios como obras de arte que se vestem, Valentim Quaresma criou uma coleção que é inspirada na natureza e na constante evolução das espécies. De texturas orgânicas lembrando répteis com escamas a espalharem-se pelo corpo até às criações de efeito mais tecnológico e arrojado, esta é uma coleção enigmática, pautada de tons escuros e materiais singulares, como o uso de clips e ganchos de cabelo.